Insatisfação em Cordisburgo
Prefeito de Cordisburgo diz não ter obrigação de regularizar o vínculo dos agentes
O município de Cordisburgo, berço do escritor Guimarães Rosa, vem tratando com grande descaso os agentes de saúde. Foi com relutância que o prefeito José Maurício Gomes (PT) e o secretário municipal de saúde Gilmar Ângelo de Carvalho, recebeu na manhã de hoje a direção do Sind-Saúde para a reunião agendada procurador municipal Dr Niwman Jakson de Araújo com o objetivo de discutir a situação dos vínculos dos Agentes e a situação dos demais trabalhadores da saúde.
Sem a intenção de dialogar com o sindicato, o prefeito adotou uma posição de resistência diante das demandas de regularização do vinculo, correção do piso salarial e outras propostas feitas para a melhoria da situação dos trabalhadores da saúde. O prefeito ainda afirmou não ter obrigação nenhuma de regularizar o vínculo e que já faz pagamento do piso. (sem correção desde 2014) e delega a responsabilidade de correção para o governo federal como se os trabalhadores fossem funcionários federais e não municipais.
Todos sabemos que o governo federal repassa para os municípios R$ 1.014,00 por cada ACE e ACS o que corresponde a 95% do valor e mais 5% de ajuda para os encargos sociais além de enviar mais uma parcela adicional no final do ano que deve ser repassada integralmente a todos os agentes.
O argumento adotado pela gestão para justificar a falta de correção dos salários foi, a ausência de ajuda financeira do governo federal e que os municípios vizinhos não pagam.
O Sind-Saúde rebateu fortemente a posição do prefeito, alegando que a gestão não deve adotar uma postura de nivelar pra baixo os direitos da categoria tão importante para a atenção básica.
Foi informado ao sindicato que, será feito uma avaliação de desempenho dos trabalhadores. O Sind-Saúde rebateu ao informe sugerindo uma avaliação 360, ou seja, que a gestão também seja avaliada pois, já que estão cobrando serviço de qualidade sem investimento algum é preciso, também, que aqueles que prestam o serviço sem o devido reconhecimento se manifestem sobre as condições de trabalho e os equipamentos nas unidades de saúde.
Durante nossa permanência na cidade presenciamos a dificuldade dos usuários na utilização da ambulância por falta de motoristas suficiente e outras dificuldades onde foi falado com o usuário que ele tem que ter “paciência”.
Onde está o Conselho de saúde da cidade? Onde estão os representantes dos usuários? Há muito tempo o usuário não tem que ser paciente afinal saúde é um direito do cidadão e dever do estado.