Funed: mais um dia de organização e resistência
O movimento das(dos) trabalhadores(as) da Funed em greve segue fortalecido. Na manhã desta quarta-feira foi realizada mais uma assembleia.
Os(as) trabalhadoras(es) da Funed que há 17 dias estão em greve sentem na pele o desgaste de uma paralisação sem a devida atenção do estado para atender as reivindicações. Principalmente depois de uma rebaixada proposta apresentada pela gestão.
Mas a luta continua e hoje pela manhã foi realizada mais uma assembleia para debater os rumos da organização do movimento e estratégias para que as negociações avancem. Houve repasse de reunião realizada ontem à tarde entre representantes da comissão de greve com o vice-governador do estado, Antônio Andrade. A comissão reforçou as pautas defendidas pelo movimento desde o início da greve e denunciou a superficialidade da proposta apresentada pela gestão da Funed. De acordo com os trabalhadores que acompanharam a reunião, o próprio vice-governador ficou surpreso com a precariedade da proposta.
A comissão denunciou a negligência da gestão com relação à greve, não só por não priorizar um diálogo com as(os) grevistas, mas também por ignorar o impacto social gerado com a paralisação das atividades da Fundação. O vice-governador se comprometeu a conversar com o presidente da Fundação para buscar uma saída que atenda as pautas estabelecidas.
É preciso avançar
Durante a assembleia foi esclarecida a proposta já apresentada ao governo da implementação, pelo menos, de 35 horas semanais. De forma alguma essa proposta anula a bandeira principal que é a redução para 30 horas, mas é uma forma de avançar diante da postura intransigente do estado. Esse é apenas um passo da caminhada, a jornada será longa até a efetivação das 30 horas, sem redução salarial.
Gestão que nega valorização
Boa parte da assembleia foi dedicada a debater a negligência da gestão da Funed com relação ao movimento. Na terceira semana de greve, com todos os principais setores da Fundação parados, o presidente alegou não ter agenda e disse que só poderia se reunir na próxima segunda. Uma atitude que foi questionada pelos trabalhadores(as), comprovando o distanciamento entre os que ditam as regras e os que constroem a Fundação no cotidiano.
Além disso, foi proposto que essa gestão seja denunciada, inclusive no Ministério Público, pelo impacto da paralisação na sociedade e por ignorar a importância dessa força de trabalho para a construção do Sistema Único de Saúde. Foi lembrado que não podemos aceitar, mais uma vez, que essa responsabilidade caia sobre as costas dos(as) trabalhadores(as).
Mapa das negociações
O Sind-Saúde ressaltou que a comissão está buscando todas as possibilidades de negociação. Além da conversa com o vice-governador, para esta tarde está prevista uma reunião com o novo secretário de saúde, Sávio Souza Cruz. O deputado Rogério Correia também se comprometeu a debater com o secretário de planejamento e gestão do estado, Helvécio Magalhães, a situação da Funed e tentar avançar as negociações com a Secretaria.
Conjuntura
Foi destacado o delicado momento em que está sendo construída essa luta. Um momento de crise institucional, em que todas as esferas burocráticas do poder se encontram instáveis. Inclusive, na reunião de ontem com o governo, foi informado que no debate da reforma administrativa foi cogitada o fim da Funed e a fusão da Fundação com outra instituição do estado. A proposta, felizmente, não foi levada adiante. Mas aí temos um sinal dos interesses do mercado farmacêutico sobre os interesses da saúde pública.
Organizar para mudar
Gestões passam. Servidores(as) ficam. Com esse lema, os(as) trabalhadores(as) presentes na assembleia debateram a importância de manter uma forte organização em defesa de direitos, em defesa da Fundação e da saúde pública. O caminho é avançar na democratização da Funed, participando diretamente na escolha daqueles que ocupam cadeiras em nome de uma Fundação que pertence aos trabalhadores(as) e ao povo.
Amanhã tem nova mobilização, às 08h30, na entrada principal da Funed. Participe!
