ALMG promove nesta terça-feira audiência pública sobre os órfãos por imposição do Estado
Entre os anos 1930 e 1980, muitos portadores de hanseníase no Brasil foram separados dos pais e colocados em isolamento compulsório, perdendo as referências familiares e sofrendo vários transtornos. Para relembrar esse tratamento desumano e debater a atual situação desses filhos separados, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promove, nesta terça-feira, 24 de maio, audiência pública sobre os órfãos por imposição do Estado. O evento conta com apoio e participação do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e visa fortalecer o reconhecimento público pela necessidade do governo brasileiro sanar essa dívida histórica que possui com os filhos separados.
A partir das 9 horas na ALMG, a audiência contará com a participação do presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, o vereador do município de Betim, Cordovil Neves de Sousa e o coordenador nacional do Morhan, Artur Custódio. Na parte da tarde, também na ALMG será realizado o 1º Encontro dos Filhos Separados de Minas Gerais, que já tem caravanas confirmadas de cidades como Ubá, Bambuí, Três Corações, Sabará, Betim, Divinópolis, Uberlândia e outras.
A audiência surge em um momento em que se amplia cada vez mais o debate em torno da situação dos portadores de hanseníase que foram obrigados a abandonar o convívio familiar. Pretende-se conquistar legislação específica, reparação de danos e oferta de serviços públicos sociais para os filhos separados que se encontram em vários estados do Brasil em situação de penúria ou mesmo sem referências sócio-familiares.