Trabalhadores da Saúde realizam ato após agressão a enfermeira em hospital infantil de BH

Profissionais da saúde de Minas Gerais realizaram uma manifestação em frente ao Hospital João Paulo II nesta terça-feira (30/09) para denunciarem o aumento alarmante de agressões aos trabalhadores da saúde. Desta vez, o último caso grave ocorreu exatamente neste hospital pediátrico: uma mãe de um bebê feriu uma enfermeira com uma agulha, dentro de um hospital infantil. Segundo informações, a agulha e a seringa foram usadas e, consequentemente, infectada. A preocupação maior é por se tratar de uma unidade referência em doenças infectocontagiosas. A trabalhadora terá que fazer uso de medicamentos durante 29 dias e continua afastada do trabalho.

Contexto do protesto
A diretora do Sind-Saúde/MG Neuza Freitas diz que ação não se trata de um protesto genérico, mas de uma resposta coletiva ao alarmante episódio de agressão a um profissional da saúde. O Sindicato entende que o fato evidencia o risco real ao qual os trabalhadores estão expostos diariamente — em condições frequentemente inadequadas de trabalho.

“A nossa preocupação também é porque o trabalhador agredido geralmente não retorna para a assistência direta devido ao trauma e isto contribui com o absenteísmo, contribuindo ainda mais com a falta de pessoal no atendimento”, reflete Neuza Freitas sobre as diversas consequências das agressões.

Os trabalhadores denunciam e reforçam as reivindicações sibre as condições de trabalho:
• Falta ou insuficiência de equipamentos de proteção individual (EPIs);
• Condições inseguras de trabalho, inclusive pela ausência de estrutura adequada e protocolos de segurança;
• Jornada exaustiva e sobrecarga sem contraprestações adequadas;
• Atrasos ou irregularidades no pagamento de adicionais, gratificações e remunerações;
• Problemas estruturais em unidades de saúde (higienização, infraestrutura, manutenção).

A grave situação enfrentada pela categoria se trata de mais uma consequência direta da negligência com a segurança e com as condições de trabalho.

Cobrança às autoridades
O Sindicato exige respostas urgentes e ações concretas por parte dos gestores estaduais e municipais de saúde:
1. Investigação imediata e responsabilização pelos atos de agressão;
2. Garantia formal de melhores condições de trabalho, com fornecimento de EPIs e implementação de protocolos de segurança;
3. Regularização dos pagamentos e reajustes justos para os profissionais;
4. Participação dos trabalhadores nas negociações e fiscalização das políticas públicas de saúde;
5. Compromisso com melhorias estruturais em unidades de atendimento.

Mobilização contínua
O Sind-Saúde/MG informa que monitorará de perto os desdobramentos do caso e espera providências rápidas das autoridades competentes. Caso as demandas não sejam atendidas dentro de prazo razoável, novas ações poderão ser promovidas.

O ato foi realizado pelas entidades representativas dos trabalhadores da saúde que compõe o grupo que lançou a campanha “Diga Não à Violência: Quem Cuida Merece Respeito”, que busca conscientizar a população sobre os crescentes casos de agressões e ameaças contra trabalhadores da saúde. Dentre as entidades, fazem parte da iniciativa o Coren/MG, o Ministério do Trabalho e várias sindicatos. Este ato foi convocado assim que o Sind-Saúde/MG tomou conhecimento do ocorrido.

Estiveram no ato: o Sind-Saúde, o superintendente do Ministério do Trabalho Carlos Calazans, o deputado federal e presidente do Coren MG Bruno Farias, o SINDESS, assim como trabalhadores da unidade hospitalar hospital João Paulo II.