Governo Zema faz mega propaganda com reabertura de leitos imposta pelo TCE, mas realidade é de sucateamento da Fhemig

O governo Zema e a Fhemig fazem uma operação abafa da política de destruição dos hospitais mineiros enquanto aproveita a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para entregar bem menos do que a população precisa. Essa estratégia foi utilizada em visita do governador ao Hospital Cristiano Machado (HCM) nesta terça-feira (23/09). Para cumprir a decisão do TCE de reabertura do bloco cirúrgico, com duas salas cirúrgicas, uma grande estrutura de evento foi montada na unidade. Porém, além de não resolver as demandas do HCM, o hospital não está preparado para atender as cirurgias ortopédicas que é a origem do pedido do TCE. O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) enfatiza que a luta dos mineiros é pela reabertura do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL) 100% público e o fim do projeto de privatização do SUS em Minas.

No dia da vista do governador Zema, a entrada do Hospital ficou repleta de faixas que exigem a reabertura do HMAL e denunciam a privatização. Os servidores da Fhemig e o Sind-Saúde travam uma longa batalha contra as tentativas de entrega das unidades hospitalares ao setor privado. O HCM é mais um exemplo dessa luta. Por diversas vezes o governo abriu editais para transferir a gestão para Organizações Sociais (OSs), todas as tentativas foram canceladas por irregularidades.

A reabertura do bloco aconteceu na última sexta-feira (19) com a realização de duas cirurgias. Ele estava fechado há mais de cinco anos e o governo apresentava resistência em reabri-lo. As três salas do bloco, duas de cirurgias e uma de recuperação, já existem desde 2009.

A diretora do Sind-Saúde/MG Luciana Silva comemora que a abertura do bloco cirúrgico não foi feita com participação de OS, mas reafirma que a luta é muito maior. “Existe a necessidade da reabertura da Ala D para um atendimento adequado à população para a cirurgia de baixo, médio e complexidade. Porque hoje estão na mesma ala, sendo atendidos pacientes crônicos de longa permanência, que já têm bactérias multirresistentes e também os leitos de cirurgia. Então, para o Estado atender adequadamente a população, é necessário a abertura da Ala D com urgência e a contratação de profissionais”.

Falta de profissionais
Luciana Silva, que também é servidora do HCM, alerta para o grave risco do déficit de trabalhadores. Com a reabertura do bloco, o governo não destinou mais profissionais, mesmo alegando aumentar a capacidade para até 200 pacientes ao mês. “O técnico de enfermagem está tendo que atender paciente crônico e pós-operatório imediato, porque na pactuação com a prefeitura, os trabalhadores da prefeitura permanecem no hospital de 7 da manhã às 16 horas”, alerta.

Relatório do TCE
O TCE determinou ao governo Zema a reabertura de seis salas de cirurgias no relatório que comprova que o fechamento do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL) causou desassistência à população nos serviços ortopédicos e afetou negativamente o atendimento do complexo de Urgência e Emergência. O Sindicato mantém sua luta pela reabertura do HMAL, sob gestão da Fhemig. Além disso o Sindicato denuncia o esquema de privatização que envolve ao menos mais 4 hospitais na capital: O Hospital Infantil João Paulo II (antigo CGP), o Hospital Eduardo de Menezes (HEM), o Hospital Alberto Cavalcanti (HAC) e a Maternidade Odete Valadares (MOV).