1ª semana de greve
Trabalhadores protestam em frente ao Centro Mineiro de Toxicomania e CGP
A primeira semana de greve dos servidores do Sistema Estadual de Saúde de Minas Gerais foi de mobilização dos trabalhadores em frente ao Centro Mineiro de Toxicomania (CMT) e Hospital João Paulo II (antigo CGP), no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte. A atividade foi marcada no dia anterior, como sempre deliberam os trabalhadores ao final de cada ato. Assim sendo, ficou deliberado que a manifestação de quinta-feira, 14/11, ocorrerá em frente ao Hospital Galba Veloso.
No início do protesto trabalhadores e diretores do Sind-Saúde assistiram com espanto e indignação o estado em que se encontra o gerenciamento do CMT, devido ao fato de alguns pacientes (identificados com a pulseira de interno) estarem do lado de fora da unidade, inclusive deitados no meio da rua e um deles até com feridas expostas nas pernas com comportamento agressivo e desconfortável por estar do lado de fora do portão com grades da unidade hospitalar.
O Sindicato borrou a imagem no rosto dos pacientes para preservar a identidade dessas pessoas
Pulseira identifica paciente como da Fhemig
A diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores (Sind-Saúde), Neuza Freitas, de imediato fez contato com a Fhemig para denunciar o fato irregular e cobrar providências aos gestores da unidade. Após o contato da diretora, foi que então a diretora da unidade saiu e buscou os pacientes, permitindo o retorno ao hospital.
“Estamos indignados com o que deparamos aqui. É um absurdo que esses pacientes fiquem do lado de fora colocando suas vidas em risco. Pacientes com feridas abertas que deveriam estar sendo tratados, estão aqui fora correndo o risco até de ser atropelados. O paciente é responsabilidade da unidade hospitalar é inadmissível situação dessas, independente do quadro do paciente”, disparou Neuza.
Os trabalhadores se mostraram também indignados pela falta de profissionalismo dos gestores da Fhemig. Para Neuza, é uma total irresponsabilidade essa situação.
“Esses gestores são irresponsáveis, não têm compromisso com a vida, mas nós temos. Não temos o poder de mando, mas temos a boca para gritar e denunciar essas situações e registrar nossa indignação com certos gestores da Fundação”, completou. O Sindicato lembra que essa unidade hospitalar já foi tema de reunião com a Fhemig, mas nunca houve nenhum tipo de retorno.
Durante o ato os diretores do Sind-Saúde passaram os informes e rechaçaram o comunicado do governo que não apresenta propostas claras para a categoria sobre os três pontos de reivindicações gerais. Sendo elas a isonomia de tratamento com o setor da segurança em relação a proposta de reajuste salarial, a extensão da Gages para todas as carreiras da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) e o fim das discussões sobre o repasse da gestão da Fhemig às Organizações Sociais (OSs).
A diretora do Sind-Saúde Neuza Freitas afirmou que uma das saídas que o governo poderia ter apresentado era encaminhar de forma imediata os pontos da carreira que não cause impacto financeiro, mas que resolve diversas distorções nos cargos que compõem o Sistema Estadual de Saúde e Unimontes. No entanto, isso ainda não foi feito, ou seja, o governo não encaminhou nenhuma proposta concreta aos trabalhadores em greve.
Foi informado sobre o acordo dos líderes dos blocos parlamentares na Assembleia Legislativa sobre a tramitação do Projeto de Lei 1205/2019, que permite ao governo antecipar cerca de R$ 4,5 bilhões em recursos da exploração do nióbio. Esse valor é prometido para o pagamento do 13º, porém o governo não tinha deixado claro esse vínculo ao projeto. O acordo dos parlamentares discutiu exatamente essa obrigatoriedade de o recurso ser utilizado para pagamento do funcionalismo. Após a aprovação entre os líderes, o projeto correrá nas comissões e só depois votado em plenário.
Calendário da greve
Os trabalhadores também votaram a agenda de greve para amanhã (14). O protesto ocorrerá em frente ao Hospital Galba Veloso, às 10 horas. O Sindicato ainda aguarda a resposta do governo para convocar uma nova assembleia. As regionais da SES farão as mobilizações locais e as unidades do interior também manterá as mobilizações, realizando a escala mínima exigida por lei.