Seminário da direção do Sind-Saúde discute realidade dos trabalhadores e debate propostas para as próximas lutas

Começou nesta quinta-feira (08) e vai até sábado (09) na Escola Sindical 07 de outubro, o Seminário da direção estadual do Sind-Saúde, que reúne diretores e delegados sindicais de todo o Estado para discutir as conjunturas nacional e estadual e dialogar sobre as ações do Sindicato a serem implementadas em 2012. Ao final do encontro, será feito um documento constando as propostas aprovadas e o plano de lutas para este ano.

Conjuntura
Para debater as conjunturas nacional e estadual, a primeira mesa do Seminário, realizada na manhã de quinta-feira (08), contou com a participação do presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), Marco Antônio de Jesus, o deputado estadual Rogério Correia, o integrante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) e da mesa diretora do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista Júnior e o diretor estadual do Sind-Saúde/MG, Renato Almeida de Barros.

Marco Antônio disse que a CUT se sente orgulhosa de ter o Sind-Saúde filiado à Central e que a luta do Sindicato e dos trabalhadores da saúde é de extrema importância para desmascarar ainda mais as mazelas do governo de Minas. “Tenho certeza que a CUT, o Sind-Saúde e os demais sindicatos comprometidos com a luta dos trabalhadores vão conseguir continuar a fazer esse sério enfrentamento ao governo de Minas Gerais”, concluiu Marco Antônio.

O deputado Rogério Correia ressaltou os avanços que o Brasil alcançou nos últimos anos e a necessidade dos trabalhadores se mobilizarem para que se avance mais, estabelecendo, por exemplo, a redução da jornada de trabalho, a regulamentação de fato da Emenda Constitucional 29, o piso salarial da educação e muitas outras necessidades. “Em Minas Gerais o quadro é pior, visto que nos últimos nove anos estivemos governados pelo PSDB, que tem como principal marca o ‘choque de gestão’, que, na realidade, arrocha os salários dos trabalhadores e não investe o mínimo constitucional na saúde”, disse Rogério.

O deputado relembrou, ainda, que o senador e ex-governador Aécio Neves é réu em um processo do Ministério Público que cobra explicação sobre os 4,3 bilhões de reais que deveriam ter sido investidos na saúde e o governo disse ter investido na COPASA, mas esse montante não chegou na Companhia.

Francisco Batista Júnior, do CNS e da CNTSS, destacou a necessidade de os trabalhadores e os dirigentes sindicais lutarem bravamente contra as privatizações levadas a cabo pela presidente Dilma e por vários governantes, que põem em risco, inclusive, o Sistema Único de Saúde (SUS). “Temos que bater de frente com os interesses privados, pois o SUS está dominado por grupos privados, de cooperativas de médicos organizadas”, ponderou Júnior.

O diretor do Sind-Saúde/MG, Renato Barros relembrou a história dos trabalhadores da saúde pela efetivação do SUS. “Na década de 1980 percebemos que tínhamos que nos organizar para fazer um Sistema de fato gratuito e universal. E então criamos o sindicatos da saúde em Minas e em mais 18 Estados”, disse. Renato ressaltou que hoje a situação em nosso Estado é péssima, com falta de profissionais, de materiais, de estruturação. “O governo só está resolvendo os problemas de forma paliativa, mas há de se enfrentar a questão globalmente”, concluiu.

Após as exposições, a fala foi aberta para o debate, que contou com a participação de vários diretores e delegados sindicais. Todos aproveitaram para saudar as mulheres pelo seu Dia Internacional, ressaltando a importância delas na manutenção do SUS e na luta por melhores condições de trabalho.

Na sexta-feira, a coordenadora estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Beatriz Cerqueira também tratou da conjuntura estadual e reforçou que é cada vez maior a necessidade dos sindicatos se unirem. “Os problemas da saúde, da rede elétrica, de uma parceria público-privada na Copasa interessam a todos nós trabalhadores e a toda a sociedade; então a luta tem que ser de todos nós”, disse Beatriz.

Saúde do trabalhador da saúde
Na tarde da quinta-feira, a mesa debateu as péssimas condições de trabalho a que estão diariamente expostos os servidores da saúde, que em virtude disso adoecem e se acidentam com muita frequência. A exposição ficou por conta da engenheira de segurança do trabalhador e higienista ocupacional, Marta de Freitas, que trouxe dados sobre adoecimentos, acidentes de trabalho e estrutura de cuidados com a saúde do trabalhador na rede estadual de saúde, e a conclusão é que os trabalhadores da saúde trabalham sob riscos, o que dificulta o atendimento à população. “Se o trabalhador vai bem, o SUS vai bem; mas se o trabalhador vai mal, o SUS vai mal”, disse Marta.

Além da infraestrutura precária, os contrários precários, péssimos salários e assédio moral são os fatores que mais prejudicam a saúde dos trabalhadores da saúde.

Vários dos trabalhadores presentes ao Seminário relataram fatos em suas unidades de trabalho que confirmaram o que Marta de Freitas expões: os servidores da saúde de Minas Gerais sofrem com as más condições de trabalho.

Planejamento
Nesta sexta-feira (09), segundo dia de Seminário, os participantes debateram o planejamento das ações do Sindicato, incluindo a estratégia de comunicação da Campanha Salarial de 2012, a organização do Sindicato e suas secretarias, a formação sindical, a relação do estadual com Núcleos regionais, a organização dos ACE e ACS da base e a prestação de contas.

No sábado, será discutido o plano de lutas, que inclusive encaminhará o lançamento da campanha salarial 2012.

Presença do interior
Representantes dos trabalhadores de várias cidades do interior compareceram ao Seminário para contribuir com a organização do Sindicato e para reforçar a atuação do Sind-Saúde nos núcleos. Betim, Governador Valadares, Belo Horizonte, Mário Campos, Montes Claros, Três Corações, Barbacena, Sete Lagoas, Vespasiano, Itabira, Teófilo Otoni e Sarzedo foram as cidades que tiveram representantes no encontro.


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Primeira mesa do Seminário contou com a presença (da esq. para a dir.) de Francisco Batista Júnior (CNS e CNTSS), Rogério Correia (deputado estadual), Paulo Carvalho (diretor do Sind-Saúde), Neuza Freitas (diretora do Sind-Saúde), Marco Antônio (CUT-MG) e Renato Barros (diretor Sind-Saúde).

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Diretores e delegados sindicais de todo o Estado compareceram ao Seminário.

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Dinâmica da gargalhada.

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Segunda mesa da quinta debateu saúde do trabalhador da saúde. Mesa composta por Marta de Freitas, Neuza Freitas e Lionete Pires.

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Beatriz Cerqueira (SindUTE) compôs a primeira mesa da sexta-feira.

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Mesa de planejamento coordenada por Valéria Damião, Reginaldo Tomáz e Zilar Fernandes