Dia Mundial da Saúde: dia de comemorar e de manifestar

 

Nesta quinta-feira, 7 de abril, é celebrado o Dia Mundial da Saúde. Além de comemorar os serviços públicos de saúde e o bem-estar da população, é necessário que se reflita sobre a situação das unidades hospitalares e dos servidores da categoria. O Sind-Saúde/MG reconhece que o Sistema Único de Saúde (SUS) é uma grande conquista para o Brasil, mas ainda há muito que se avançar no sentido de regulamentar o repasse de recursos para o setor, garantir transparência às gestões e valorizar os profissionais como merecem para que o serviço seja ainda melhor prestado. Em Minas Gerais, os servidores da área têm muito o que cobrar: melhores salários, melhores condições de trabalho, pagamento de benefícios para quem tem direito, plano de carreira justo e correção no reposicionamento, entre outros.

Histórico de lutas
Este dia remonta à primeira Assembleia da Saúde Mundial, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 7 de abril de 1950. De lá até 1988, quando a Constituição Brasileira criou o SUS, foi de fundamental importância a luta dos sindicatos, dos servidores e dos movimentos sociais para que se garantisse um sistema regido pelos princípios da universalidade, equidade e integralidade. A luta, porém, não acabou: melhorias nos salários e nas condições de trabalho para os reais responsáveis pelo SUS – que são os profissionais da saúde – só foram conquistados com muita manifestação e cobrança.

Continuidade
Em 2011, continuam essenciais tanto a união e luta dos trabalhadores para que sejam valorizados, como a aclamação da sociedade por um sistema mais eficiente e de melhor qualidade. Necessita-se que os repasses de recursos de todas instâncias – federal, estadual e municipal – para a saúde sejam regulamentados, expandidos e melhor investidos. Um serviço tão fundamental para a vida como é o da saúde não pode mais conviver, por causa de pouco recurso, gasto desnecessário ou corrupção, com falta de medicamentos, de leitos, de profissionais, de unidades hospitalares. Assim como não pode mais conviver com o desrespeito e a desvalorização dos servidores.

Privatização
O SUS não pode conviver com as prejudiciais incursões do setor privado, que prezam, naturalmente, pelo sucateamento do serviço público: quanto mais dificuldades de atendimento no SUS, mais as pessoas irão, muitas vezes sem valer a pena, encher os bolsos dos empresários. Os hospitais, planos de saúde e demais serviços privados muitas vezes se utilizam dos materiais, serviços e profissionais da saúde pública para atender seus pacientes particulares e não repassa o que deve ao estado. Isso também porque em vários estados, sobretudo os governados por partidos de direita, há uma conveniência e contrapartidas mútuas entre políticos e empresários.

E Minas Gerais?
Entrega ou sucateamento do serviço público, privatizações, péssimos salários e más condições de trabalho. Esses pontos resumem de alguma forma o que vem ocorrendo em Minas desde o início do governo Aécio Neves e se repete agora com Antônio Anastasia. Tudo o que foi conquistado para o bem da saúde pública foi conquistado com muita luta e cobrança por parte dos sindicatos, movimentos sociais e sociedade em geral. Muitas vezes, também, a administração estadual teve que ceder por determinação da justiça, como foi o caso do reposicionamento por tempo de serviço e a realização de alguns concursos públicos.

O Sind-Saúde/MG aproveita esse Dia Mundial da Saúde para reforçar a sua posição de enfrentamento frente às ações do governo que penalizarem os trabalhadores e o serviço público de saúde. Mais uma vez, só com a união e a reivindicação dos trabalhadores é que alcançaremos novas vitórias e melhoraremos ainda mais a prestação de um serviço público amplo, eficiente e de qualidade.