Audiência Pública do SAMU

Base salarial unificada é uma das demandas dos trabalhadores do SAMU apresentadas pelo Sind-Saúde

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Fotos: ALMG


Trabalhadores dos Serviços de Atendimento Móveis de Urgência (SAMU) de várias regiões de Minas Gerais estiveram na Assembleia Legislativa (ALMG) nesta quarta-feira (23/10) para acompanhar a audiência pública da Comissão de Saúde que debateu as dificuldades que o serviço enfrenta e reivindicações da categoria. Desde 2017, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) realiza uma série de negociações que tem três pilares principais para buscar soluções para as condições de trabalho: a criação da gestão participativa, do núcleo de judicialização e a unificação da base salarial.


O objetivo da audiência é discutir os débitos do estado com o SAMU. No ano passado, o governo deixou de repassar durante sete meses a verba dos consórcios que gerenciam o SAMU e esse ano já acumulam praticamente meses sem repasse, já que em um desses meses ainda faltam 70% do valor.


A diretora do Sind-Saúde Núbia Dias apresentou aos parlamentares e presentes na audiência o contexto das demandas dos trabalhadores. A falta de uma carreira específica para os trabalhadores do SAMU é um dos pontos cobrados pela diretora do Sindicato. “Queremos construir um plano de carreiras que seja isonômico, porque hoje cada região tem uma base salarial. O serviço é o mesmo no SAMU no Estado inteiro e tem que atender o mesmo protocolo de distância e organização. Precisamos que o governo realmente acene sobre os repasses atrasados para que a gestão se organize nesse processo.”

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Nubia também criticou a rotatividade dos trabalhadores devido a falta de estabilidade. Apesar de ingressarem no emprego por meio de concurso público, os funcionários dos consórcios não são servidores públicos com estabilidade, mas sim trabalhadores regidos pelas regras da CLT. A diretora do Sindicato afirmou que devido à ação do Ministério Público, cerca de 90% dos trabalhadores foram substituídos. “O grupo que foi demitido havia sido treinado pelo Estado com custo altíssimo. E o que acontece hoje? Não temos uma fidedignidade de treinamento para que a gente consiga manter os protocolos de qualidade de assistência dentro de Minas Gerais”, indaga Nubia Dias.


Já em relação ao Núcleo de Judicialização, Nubia defendeu a criação do processo que ocorreu devido as negociações. Para ela, após esse trabalho, houve ganho na agilidade dos processos e da resposta da gestão. Nubia reafirmou a importância das mesas de negociações criadas, mas ponderou sobre as diferenças de realidades que faz com que em alguns consórcios os trabalhadores amargam a falta de reajuste há mais de oito anos.

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Nubia aproveitou sua fala para agradecer a participação dos trabalhadores da SAMU na audiência que se organizaram de diferentes regiões para representar a categoria. A audiência também discutiu a falta de repasse e a estrutura do SAMU.

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