1º de Maio: Respeito à vida, mais direitos e emprego decente

Pela segunda vez em mais de um século de história, o Dia Internacional do Trabalhador será comemorado sem atos públicos no Brasil que ainda atravessa o pior momento da pandemia. Respeitando as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), centrais sindicais e movimentos populares terão de encontrar mais uma vez, alternativas para celebrar a data sem aglomerações.

Os movimentos sociais e centrais sindicais engrossam as fileiras na luta por respeito à vida, pagamento de auxílio emergencial no valor de R$ 600 até o fim da pandemia, vacinação em massa para toda a população, geração de emprego e renda, defesa das empresas públicas e a luta contra a reforma Administrativa, proposta de Bolsonaro que destruirá os serviços públicos. Além das pautas, também traz destaque à importância das políticas referentes à saúde dos trabalhadores e a defesa do SUS.

A pandemia do Coronavírus evidenciou o que as organizações populares já denunciavam desde o golpe de 2016: todos perdem com a retirada dos direitos trabalhistas. A crise, no entanto, reacendeu a solidariedade entre os brasileiros e mantém acesa a esperança. O Dia do Trabalhador em 2021 é diferente, mas mais do que nunca será marcado por muita luta, será um dia de denúncia, de pressionar para que as reivindicações sejam atendidas e acima de tudo para que a vida do povo brasileiro seja respeitada.

A insegurança econômica e política do governo Bolsonaro, têm favorecido somente os patrões que podem contratar e dispensar um trabalhador sem direitos. No ano passado as contratações por trabalho temporário foram mais de 2 milhões – aumento de 34,8%
em relação a 2019, com quase 1,5 milhão de vagas, de acordo com a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem).

Ainda conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 31 de março, no Brasil existem cerca de 14,3 milhões de desempregados, o que significa 14,2% de taxa de desocupação. No Brasil, 86 milhões estão empregadas, porém deste total, 39,7% exercem atividades informais. Além disso, 5,9 milhões de pessoas estão no grupo dos desalentados, nome dado àquelas pessoas que gostaria de conseguir uma vaga, mas que não procuram mais emprego, ou seja, as pessoas que desistiram de tentar conseguir uma vaga de trabalho. Os dados não são animadores, em muitos estados do país o número de trabalhadores informais ultrapassa 50% da população ativa, uma realidade que tem assombrado a vida dos brasileiros.


Trabalhador da saúde

O Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador é uma data para celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história e também reivindicar seus direitos, mas em meio a pandemia da COVID19, o dia 1º de maio desde então,  foi marcado por uma batalha contra um vírus de contágio rápido e fatal para milhões pessoas no mundo inteiro. O corpo de frente nesta batalha é o trabalhador da área da saúde, que possui como arma seu conhecimento científico, suas habilidades de avaliação clínica e, acima de tudo a coragem de arriscar sua vida na linha de frente no combate ao vírus, para cuidar e salvar outras vidas.

A Covid-19 já matou mais de 400 mil brasileiros e já totaliza mais de 14 milhões de casos, com isso desde a chegada do vírus no país, a atuação dos profissionais da saúde intensificou e evidenciou a precarização das condições de trabalho da categoria.

O alto risco de contaminação pelo novo coronavírus, a possibilidade de transmitir a doença a terceiros e familiares, a escassez de Equipamento de Proteção Individual (EPI), o aumento de adoecimento psíquico em razão do isolamento social por se enquadrarem como possíveis vetores de contaminação para as pessoas próximas, em decorrência do trabalho nos hospitais, o elevado número de óbitos de colegas e os dilemas éticos vivenciados por profissionais que atuam na linha de frente do cuidado às pessoas com Covid-19 somaram aos antigos problemas, como a extensão da jornada de trabalho, a necessidade da dupla jornada, a falta de um piso salarial nacional, a baixa remuneração e a escassa visibilidade social da categoria.

Além da referência do Dia Internacional do Trabalhador, vale lembrar que o mês de maio é marcado também pelo Dia Internacional da Enfermagem, e o que os trabalhadores da saúde esperam é pela garantia dos direitos essenciais para a categoria.

É preciso mostrar aos políticos a força, consciência política e união da categoria para que os projetos relacionados às 30 horas e piso salarial sejam levados para votação pelos parlamentares. O PL 2564/2020 prevê remunerações básicas R$ 7.315,00 (enfermeiros), R$ 5.120,50 (técnicos) e R$ 3.657,50 (auxiliares), e objetiva instituir o piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, por isso sua aprovação no Congresso, é fundamental e urgente. E a participação de todos trabalhadores neste processo é fundamental para mostrarmos a força e a voz da categoria!

Trabalhadores da saúde não são anjos, são seres humanos lutando a batalha mundial de combater o vírus e ao mesmo tempo se manterem vivos. Os profissionais da saúde merecem, mais do que nunca, condições dignas de trabalho e seus direitos garantidos.

Para este 1º de Maio Dia do Trabalhador, o Sind-Saúde/MG conclama à população, autoridades e políticos a respeitarem e valorizarem os trabalhadores da saúde e o Sistema Público de Saúde, se somando às lutas pela garantia dos direitos da categoria.